Stallone e Schwarzenegger |
Se por um lado já se passaram mais de 20 anos desde que uma reunião
entre Sylvester Stallone e Arnold Schwarzenegger fosse realmente
relevante, por outro, nos idos dos anos 80, a faixa salarial deles
sempre tornou a empreitada impossível. O que não quer dizer que, mesmo
agora, velhos e desesperados para disfarçar rugas e cabelos brancos,
esse emcontro fique menos divertido.
Sly, aqui, faz as vezes de
um especialista em fugas de prisão. Sua função é se infiltrar, fugir,
contar como fez e apontar as falhas no sistema carcerário americano (com
a vantagem aparente de não precisar fazer um relatório). Sua vida se
complica um bocado quando recebe uma nova missão que escapa um bocado
dos seus protocolos habituais. Logo fica claro que ele está diante do
maior desafio de sua vida - e, se não fosse, o filme não valeria a pena.
A prisão impossível |
Uma vez encarcerado ele conhece os elementos humanos com os
quais terá que lidar. Schwarza, outro preso que se aproxima rapidamente
dele, Jim Caviezel, o diretor carrasco, e Vinnie Jones, o carcereiro
sádico. Mesmo havendo outros personagens mais ou menos secundários, com
variáveis ordens de importância, a coisa é centrada nesses descritos
acima. E não foge muito do que estamos acostumados de outros
filmes-de-fuga, ecoando um clássico do próprio Stallone, "Condenação
Brutal", de 89.
Esse subgênero, filme-de-fuga, bebe da mesma
fonte dos filmes-de-roubo. É primeiro necessário demonstrar as
habilidades do personagem central, coisa que é resolvida, aqui, na
sequência de abertura. Só então começam a ser colocados no tabuleiro os
elementos do arco dramático que importa de verdade. E é aí que vemos a
parte mais divertida do filme, que envolve colocar Schwarzenegger e
Stallone frente à frente.
Essa foto vale o filme |
Diferente de "Os Mercenários", que tem todo aquele ar de
pastiche, a coisa aqui é um pouco mais séria. Ou tão séria quanto se
pode levar um filme de ação tão descompromissado. Colocar esses dois
dinossauros frente à frente, resmungando - Sly por ter a boca torta e
Schwarza por jamais ter perdido o sotaque - um para o outro, se
provocando e ajudando, é mais do que uma desculpa plausível para se
fazer esse filme. E a desculpa até que é aproveitada. Como na cena em
que os dois lutam - porque é óbvio que eles precisariam trocar ao menos
uns socos - ou quando Schwarza pega a metralhadora, resultando na única
câmera lenta de todo o filme.
O confronto obrigatório |
E se não te empolga ver os dois - logo esses dois -
colaborando no que vai claramente culminar em uma catarse de pancadaria
tiros e cortes rápidos de câmera, esse filme tem bem poucos atrativos.
Porque parte da alegada genialidade do personagem de Stallone é baseada
mais em sorte e em coincidências forçadas pelo roteiro do que em lógica,
propriamente dita. Isso até que está disfarçado, mas não o suficiente
para que não incomode um observador mais atento.
Confira o trailer:
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