Especialista esclarece sobre uso de anticoncepcional e futura gravidez.
A pílula anticoncepcional auxilia na prevenção de uma possível gravidez
indesejada, ajuda a manter o ciclo menstrual regulado e proporciona
alguns benefícios à saúde da mulher. Porém, o uso contínuo da pílula
gera muita discussão e várias dúvidas sobre a sua ação na fertilidade
feminina.
Portanto, para falar um pouco mais sobre a ação do medicamento no
funcionamento do sistema reprodutivo feminino, o ginecologista
especialista em Reprodução Humana da Criogênesis, Dr. Renato de
Oliveira, esclarece os principais questionamentos das futuras mamães.
Confira abaixo o que o especialista diz.
1 - Os contraceptivos orais influenciam na fertilidade feminina?
Provavelmente, não. Há uma carência de estudos bem estruturados para
entender se pacientes inférteis, ou seja, que tentam gravidez por mais
de uma ano sem o uso de nenhum método contraceptivo, estariam nesta
condição pelo uso da pílula anticoncepcional. No entanto, sabe-se que,
principalmente a idade, além de alguns hábitos das mulheres, possuem
importante impacto na fertilidade feminina.
2 - Para quem sofre de ovário policístico, tomar contraceptivos orais funciona como tratamento para estimular a fertilidade?
Não. Esta é uma boa questão para esclarecermos alguns conceitos. Ter
ovário policístico não significa, necessariamente, ter a síndrome dos
ovários policísticos. Além disso, o contraceptivo oral é considerado a
primeira linha de tratamento para quem não deseja gravidez.
Diferentemente para as pacientes com desejo reprodutivo. Nestas
mulheres, seu uso prévio a estimulação da ovulação é controverso.
Acredita-se que poderia reduzir o nível dos hormônios masculinos na
mulher, além de equilibrar outros hormônios como o FSH e o LH e aumentar
a globulina carreadora de esteroides sexuais. Isto melhoraria o
resultado da estimulação ovariana, mas são escassos os conhecimentos na
melhora da taxa de gravidez.
3 - O uso da pílula por muito tempo interfere na fertilidade da mulher?
Sim. Um dos poucos estudos nacionais sobre o assunto evidenciou que o
uso de pílula anticoncepcional, a partir do segundo ano, apresenta um
aumentou no prazo para obter uma gravidez, quando comparado aos grupos
sem uso de anticoncepcional e ao grupo que o usou por até um ano. Porém,
deve-se ressaltar que o uso da pílula, por longo tempo, pode postergar
um pouco a gravidez e não tornar a paciente incapaz de engravidar.
4 – Tomar anticoncepcional sem saber que está grávida faz mal ao bebê?
Não. A pílula contém progesterona, hormônio que ajuda a manter a
placenta. O que pode ocorrer é um pequeno sangramento, que geralmente é
confundido com a menstruação, fazendo com que a mulher não perceba a
gravidez logo de início. Porém, logo as mudanças físicas vão aparecendo,
revelando a gestação.
5 – A pílula anticoncepcional, quando usada por muito tempo, pode prejudicar a reprodução?
Como explicado anteriormente, não temos estudos consistentes para
responder esta questão. Porém, quem usou por muito tempo tem o
componente da idade que é o principal fator impactante na fertilidade.
Assim, sempre que possível, nunca postergue uma gravidez.
6 - É possível engravidar nos 7 dias de intervalo entre uma cartela e outra?
Não. Desde que a mulher tenha feito o uso correto, não existe nenhum momento fértil para que possa surgir uma gravidez.
7 – O anticoncepcional pode mascarar problemas que realmente causam infertilidade?
Sim. O fato de a pílula anticoncepcional, geralmente, permitir ciclos
menstruais regulares, postergaria a descoberta de outras causas de
infertilidade assim que a paciente desejar a gravidez.
8- O uso da “pílula do dia seguinte” pode interferir na fertilidade feminina?
Depende. O uso abusivo da pílula do dia seguinte pode levar a
distúrbios hormonais relacionados à infertilidade. Vale ressaltar que o
uso é indicado apenas em casos de emergências.
9 – É normal a menstruação atrasar após a suspensão do uso de anticoncepcional?
Não é normal. Os efeitos dos contraceptivos orais são reversíveis e, se
a paciente não tiver nenhum outro problema, retomará ciclos regulares e
a possibilidade de fertilidade. Obviamente, há exceções e pode ocorrer
um atraso em alguns casos.
10 – O anticoncepcional pode falhar?
Sim. Não existe nenhum método 100% e as chances de falhar aumentam se a
mulher tiver náuseas e vômitos, diarréia, tomar bebida alcoólica,
esquecer ou tomar fora do horário. Alguns antibióticos, antidepressivos e
antiretrovirais também podem cortar o efeito do anticoncepcional.
Fonte:R7
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