O rebaixamento da classificação de risco do Brasil é inconsistente
com as condições da economia brasileira, informou o Ministério da
Fazenda na noite da última segunda-feira (24). Em nota oficial, a pasta
informou que a redução da nota é contraditória com a solidez e os
fundamentos do País.
Agência Brasil: Guido Mantega, ministro da Fazenda |
No texto, o ministério reafirmou o compromisso com
a meta de superávit primário – economia para pagar os juros da dívida
pública – de 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2014 e com o
equilíbrio fiscal nos próximos anos. Além disso, a pasta informou que o
governo continuará a trabalhar para dar prioridade ao investimento e
promover o crescimento sustentável no longo prazo.
Para o
Ministério da Fazenda, a avaliação sobre a situação fiscal brasileira
está equivocada por não levar em conta que o País tem gerado um dos
maiores superávits primários do mundo nos últimos 15 anos e está
reduzindo o endividamento público. “Em 2013, cabe salientar, fizemos um
superávit primário de 1,9% do PIB, suficiente para reduzir o
endividamento público, tanto bruto (de 58,8% do PIB para 57,2% do PIB)
quanto líquido (de 35,3% do PIB para 33,8% do PIB)”, destacou a pasta.
Em
relação ao crescimento econômico, uma das causas apontadas pela agência
para o corte da nota de classificação, o ministério ressaltou que o
País cresceu 17,8% desde o início da crise econômica internacional, em
2008, e acumula uma das maiores taxas de crescimento no período entre os
países do G20 (grupo das 20 maiores economias do planeta). “No ano
passado, o País cresceu 2,3%, desempenho superior à maioria dos países
deste grupo”, destacou.
Sobre a trajetória do investimento no
País, o ministério informou que o programa de concessões iniciado no ano
passado mobilizará mais de US$ 400 bilhões nos próximos anos e lembrou
que o investimento cresceu 6,3% no ano passado, a segunda maior expansão
entre os países do G20. Em relação aos investimentos estrangeiros
diretos, que geram emprego no País, o comunicado ressaltou que o País
tem estado entre os cinco maiores destinos mundiais, com ingressos de
US$ 65,8 bilhões nos 12 meses encerrados em fevereiro deste ano.
O ministério também destacou que o País está preparado para eventuais ataques especulativos por causa do volume de reservas internacionais, atualmente em torno de US$ 378 bilhões. “A economia brasileira tem baixa vulnerabilidade externa, pois possui o quinto maior volume de reservas internacionais no G20, o que corresponde a dez vezes a dívida externa de curto prazo, por sua vez, a menor do grupo (em proporção da dívida externa total)”, informou.
A nota oficial ressaltou ainda que,
mesmo com a redução da nota, a classificação de grau de investimento do
Brasil está mantida, com baixa probabilidade de o País dar calote na
dívida pública. O próprio texto da Standard & Poor’s, informou o
ministério, destacou que o País tem sólida estrutura institucional,
balanços fiscais e externos fortes e que, embora seja elevada, a dívida
pública tem composição sólida, na maior parte atrelada a parcelas fixas
ou à inflação.
Fonte:IG
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