O material é uma espécie de "espuma com memória", sempre retornando ao seu formato original - com a vantagem de ser resistente e elástico. [Imagem: Dan Addison] |
Viscoelástico
Nada mais incômodo do que uma mesa ou uma cadeira "mancas", cujos pés não se ajustam ao piso.
O problema é muito maior na indústria, onde qualquer desajuste no
apoio de uma máquina vai significar vibrações, mais consumo de energia e
uma quebra certeira.
Sapatos novos são outro exemplo de desajuste incômodo causado por
formatos que não se encaixam - neste caso, o seu pé e o próprio sapato.
A solução para situações tão diferentes está nascendo na forma de um
material que é simultaneamente rígido e fluido - é o que os
pesquisadores chamam de sólido viscoelástico.
O material pode ser colocado como um calço embaixo do pé da mesa ou
da máquina, onde se conforma ao formato do desajuste entre as duas
superfícies, preenchendo perfeitamente o espaçamento.
O exemplo é bom, mas as utilizações desse "calço anatômico" vão muito além de evitar que mesas e máquinas balancem.
Palmilhas verdadeiramente anatômicas, encaixes para próteses,
empunhaduras para ferramentas e equipamentos esportivos são outros
exemplos, que poderiam ser listados à exaustão.
Espuma com memória
Segundo seus criadores, o material é uma espécie de "espuma com
memória", sempre voltando ao seu formato original - com a vantagem de
ser resistente e elástico.
"Ele se encaixa em uma estampa, conformando-se ao formato, por
exemplo, de um pé, mas ele pode retornar ao seu formato original, que
pode ser plano ou qualquer outro," explica Lou Bloomfield, da
Universidade da Virgínia, criador do material, que ele afirma ser o
"equivalente molecular ao Velcro™".
Como é plástico, o material pode se conformar a detalhes muito precisos, como uma impressão digital.
E, para torná-lo ainda mais prático, o material viscoelástico gruda
nele próprio, mas sujeira e poeira podem ser removidos com um espanador.
"Imagine se seus sapatos novos se adaptarem aos seus pés para lhe dar
a mesma sensação que seu sapato velho apenas alguns segundos depois de
você comprá-los," exemplifica o pesquisador, que já está em negociações
com indústrias interessadas em fabricar o novo material.
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