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8 de maio de 2014

Com Chinaglia na vice-presidência, Planalto discute novo nome para líder de governo

Cansado do exercício da liderança, deputado se lançou à disputa e conseguiu o aval do Executivo para ocupar vaga aberta pela saída de André Vargas. Nome do novo comandante da base aliada cabe a Dilma.
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Chinaglia obteve 343 votos favoráveis e 51 votos brancos para exercer o mandato até janeiro de 2015
Brasília – Definida de última hora, a eleição de Arlindo Chinaglia (PT-SP) como vice-presidente da Câmara não encerra os problemas de disputa dentro da bancada do PT. A dúvida agora é saber quem será indicado pelo Palácio do Planalto para ocupar a liderança do governo na Casa, cargo exercido pelo parlamentar de Ribeirão Preto desde 2012.

A escolha pelo nome de Chinaglia, embora tenha sido decisão interna do partido, foi apertada. Na noite de ontem, 38 deputados votaram pela indicação do deputado Luiz Sérgio (PT-RJ) para a vaga e 44 optaram pelo líder do governo. A princípio, além de Luiz Sérgio, o deputado Paulo Teixeira (PT-SP) almejava o cargo, mas no último momento retirou a candidatura. “Fiz isso para distensionar, quando chegamos à conclusão de que a candidatura de Chinaglia seria o melhor para o partido. O ambiente de discussão sobre quem seria um nome de consenso foi tenso”, relatou Teixeira.
A indicação de Chinaglia para a vaga, segundo afirmou em entrevista pouco antes de ser iniciada a eleição, começou a ser costurada na última semana, quando teria demonstrado ao ministro das Relações Institucionais da Presidência, Ricardo Berzoini, interesse em participar da disputa, caso fosse necessário. Para isso, Chinaglia teria de abrir mão da liderança do governo, mas deu a entender que gostaria da mudança de posição.

Ex-presidente da Câmara (2007-09), ex-líder do PT e líder do governo, o deputado deixou claro que reconhece que o trabalho de um líder é de embate político e negociações para permitir a votação das matérias de interesse dos partidos aliados – função bem diferente da vice-presidência. Mas acrescentou que, por outro lado, considera importante essa nova missão, de forma a realizar um trabalho mais institucional na Casa. “O papel do vice é limitador de intervenção política, mas igualmente interessante”, colocou.

Nos bastidores, foram abordadas duas especulações sobre o que teria levado ao nome do líder do governo. Uma delas, a de que Chinaglia já estava cansado de atuar na liderança e desgastado com as constantes cobranças pela dificuldade de relacionamento existente entre os deputados e o Palácio do Planalto. A segunda, de que sua indicação consistiu na saída encontrada pelo PT para apagar o incêndio em que poderia se transformar a escolha do substituto de André Vargas na vice-presidência, diante do grande interesse demonstrado pelas ameaças de candidaturas avulsas ao processo.

Foram mencionados como pré-candidatos, também, os deputados Pedro Eugênio (PT-SP) e Benedita da Silva (PT-RJ). Para o líder do partido na Casa, Vicente Paulo da Silva, Vicentinho, os parlamentares que participaram da disputa merecem saudações especiais, e a legenda deu sinais, mais uma vez, do que chamou de “caráter democrático”, numa referência ao fato da escolha ter sido definida após a retirada de candidaturas.

“O Arlindo Chinaglia é o tipo de parlamentar que faz o bom combate dentro do Congresso, é um grande parceiro do parlamento brasileiro. Temos certeza de que, com sua presença na mesa diretora, serão aprofundados os debates nesta Casa. O PT mostrou, mais uma vez, que, apesar de ter divergências normais, a bancada está unida”, enfatizou Vicentinho.

O processo de escolha do vice-presidente da Câmara teve início após a renúncia do deputado André Vargas, que deixou o PT e renunciou ao cargo após ser envolvido em denúncias de ligações com o doleiro Alberto Yousseff, preso por lavagem de dinheiro na operação Lava Jato, da Polícia Federal. Vargas vai apresentar sua defesa sobre o caso no Conselho de Ética da Casa.
Na votação, secreta, Chinaglia obteve 343 votos favoráveis e 51 votos brancos. O seu mandato como vice-presidente terá caráter de tampão, até janeiro de 2015.
Fonte:Redebrasilatual

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