Cansado do exercício da liderança, deputado se lançou à disputa e conseguiu o aval do Executivo para ocupar vaga aberta pela saída de André Vargas. Nome do novo comandante da base aliada cabe a Dilma.
Chinaglia obteve 343 votos favoráveis e 51 votos brancos para exercer o mandato até janeiro de 2015 |
Brasília – Definida de última hora, a eleição de
Arlindo Chinaglia (PT-SP) como vice-presidente da Câmara não encerra os
problemas de disputa dentro da bancada do PT. A dúvida agora é saber
quem será indicado pelo Palácio do Planalto para ocupar a liderança do
governo na Casa, cargo exercido pelo parlamentar de Ribeirão Preto desde
2012.
A escolha pelo nome de Chinaglia, embora tenha sido decisão interna
do partido, foi apertada. Na noite de ontem, 38 deputados votaram pela
indicação do deputado Luiz Sérgio (PT-RJ) para a vaga e 44 optaram pelo
líder do governo. A princípio, além de Luiz Sérgio, o deputado Paulo
Teixeira (PT-SP) almejava o cargo, mas no último momento retirou a
candidatura. “Fiz isso para distensionar, quando chegamos à conclusão de
que a candidatura de Chinaglia seria o melhor para o partido. O
ambiente de discussão sobre quem seria um nome de consenso foi tenso”,
relatou Teixeira.
A indicação de Chinaglia para a vaga, segundo afirmou em entrevista
pouco antes de ser iniciada a eleição, começou a ser costurada na última
semana, quando teria demonstrado ao ministro das Relações
Institucionais da Presidência, Ricardo Berzoini, interesse em participar
da disputa, caso fosse necessário. Para isso, Chinaglia teria de abrir
mão da liderança do governo, mas deu a entender que gostaria da mudança
de posição.
Ex-presidente da Câmara (2007-09), ex-líder do PT e líder do governo,
o deputado deixou claro que reconhece que o trabalho de um líder é de
embate político e negociações para permitir a votação das matérias de
interesse dos partidos aliados – função bem diferente da
vice-presidência. Mas acrescentou que, por outro lado, considera
importante essa nova missão, de forma a realizar um trabalho mais
institucional na Casa. “O papel do vice é limitador de intervenção
política, mas igualmente interessante”, colocou.
Nos bastidores, foram abordadas duas especulações sobre o que teria
levado ao nome do líder do governo. Uma delas, a de que Chinaglia já
estava cansado de atuar na liderança e desgastado com as constantes
cobranças pela dificuldade de relacionamento existente entre os
deputados e o Palácio do Planalto. A segunda, de que sua indicação
consistiu na saída encontrada pelo PT para apagar o incêndio em que
poderia se transformar a escolha do substituto de André Vargas na
vice-presidência, diante do grande interesse demonstrado pelas ameaças
de candidaturas avulsas ao processo.
Foram mencionados como pré-candidatos, também, os deputados Pedro
Eugênio (PT-SP) e Benedita da Silva (PT-RJ). Para o líder do partido na
Casa, Vicente Paulo da Silva, Vicentinho, os parlamentares que
participaram da disputa merecem saudações especiais, e a legenda deu
sinais, mais uma vez, do que chamou de “caráter democrático”, numa
referência ao fato da escolha ter sido definida após a retirada de
candidaturas.
“O Arlindo Chinaglia é o tipo de parlamentar que faz o bom combate
dentro do Congresso, é um grande parceiro do parlamento brasileiro.
Temos certeza de que, com sua presença na mesa diretora, serão
aprofundados os debates nesta Casa. O PT mostrou, mais uma vez, que,
apesar de ter divergências normais, a bancada está unida”, enfatizou
Vicentinho.
O processo de escolha do vice-presidente da Câmara teve início após a
renúncia do deputado André Vargas, que deixou o PT e renunciou ao cargo
após ser envolvido em denúncias de ligações com o doleiro Alberto
Yousseff, preso por lavagem de dinheiro na operação Lava Jato, da
Polícia Federal. Vargas vai apresentar sua defesa sobre o caso no
Conselho de Ética da Casa.
Na votação, secreta, Chinaglia obteve 343 votos favoráveis e 51 votos
brancos. O seu mandato como vice-presidente terá caráter de tampão, até
janeiro de 2015.
Fonte:Redebrasilatual
Nenhum comentário:
Postar um comentário