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15 de janeiro de 2014

Vacina produzida no Brasil vai imunizar 5 milhões de meninas contra HPV

Parceria entre laboratório e Instituto Butantã entrega ao Ministério da Saúde primeiro lote de dose.
padilha hpv
O ministro da saúde Alexandre Padilha destacou a economia com a produção local
São Paulo – O Ministério da Saúde recebeu ontem (10) o primeiro lote da vacina contra o papilomavírus humano (HPV). Estão sendo entregues 4 milhões de doses de um total de 15 milhões, ao custo total de R$ 465 milhões, destinadas a imunizar 5 milhões de meninas de 11 a 13 anos de idade já a partir de março. Em 2015, a faixa etária beneficiada incluirá meninas de 9 anos. Estudos mostram maior eficácia da imunização antes do início da vida sexual.

A vacina que será aplicada gratuitamente nos postos de saúde pelo SUS é a quadrivalente, com eficácia comprovada contra quatro tipos de vírus da família HPV (6, 11, 16 e 18). Os de número 16 e 18 causam lesões cancerígenas. Estima-se que 70% dos casos de câncer de colo de útero estejam associados a esses dois sorotipos.

Segundo tumor mais prevalente entre as mulheres brasileiras, perdendo apenas para o câncer de mama, o câncer de colo de útero fez 5.160 vítimas fatais no Brasil apenas em 2011. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), todo ano surgem 17.540 novos casos da doença no país, a maioria nas regiões Norte e Nordeste e em localidades mais pobres dos centros mais ricos. Em todo o mundo, a doença causa 270 mil mortes.
O HPV infecta pele e mucosas. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), em todo o mundo 291 milhões de mulheres são portadoras de algum sorotipo do vírus, sendo que 32% delas com os tipos 16, 18 ou os dois ao mesmo tempo.

Para estar protegida, cada menina deverá receber três doses do imunizante, com intervalo de dois meses entre as aplicações. Assim, a terceira dose será aplicada seis meses após a primeira. Os pais ou responsáveis deverão autorizar a vacinação.

“O recebimento desse primeiro lote constitui um grande passo em termos de política pública de saúde ao proteger, primeiramente, nossas meninas, futuras mulheres, contra tipos de vírus causadores de câncer, e em segundo lugar, os homens”, disse o ministro Alexandre Padilha, durante evento no Instituto Butantan, em São Paulo, que marcou o início da parceria para o desenvolvimento produtivo (PDP) do imunizante.
Estiveram presentes os secretários de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Carlos Gadelha, e de Vigilância em Saúde da mesma pasta, Jarbas Barbosa, o diretor de projetos estratégicos do laboratório Merck, Sharp & Dohme (MSD), João Sanches, o conselheiro da diretoria do Instituto Butantan, Gonzalo Vecina, o secretário adjunto de Saúde do Estado de São Paulo, Wilson Pollara, e o diretor da Faculdade de Medicina da USP e ex-secretário de Saúde paulista, Giovanni Cerri.

Em clima amistoso, todos enalteceram a importância da inclusão, pelo governo federal, da vacina contra o HPV no calendário do SUS tanto para a saúde pública quanto para estimular a produção de imunizantes para o Instituto Butantan, ligado ao governo estadual paulista.
Pela parceria, o laboratório MSD transferirá tecnologia ao Instituto Butantan para a produção da vacina que protege contra quatro tipos de vírus da família HPV. Com a compra do imunizante pelo Ministério da Saúde, o faturamento do instituto será quase que triplicado em cinco anos, passando de R$ 348 milhões em 2013 para R$ 1 1 bilhão em 2018 – valor correspondente a 36 milhões de doses da vacina.

Atualmente o Butantan fornece vacinas contra Hepatite B, raiva, difteria, tétano e Pertucis, além de soros contra venenos de aranhas e escorpiões, tétano e botulismo, entre outros. Com a parceria, o Brasil poderá passar a produzir, a médio prazo,  vacinas capazes de combater, ao mesmo tempo, muito mais tipos de vírus da família HPV, conferindo ainda mais proteção.
Ganha também com o acordo o governo federal, que só em 2014 economizará cerca de R$ 78 milhões com vacina. O custo de cada dose é de R$ 30 – o menor já praticado no mercado. O valor é 15% menor que o praticado pelo Fundo Rotatório da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), que compra grandes quantidades de imunizantes para seus países-membros. Nas clínicas particulares, as três dose custam em média R$ 1 mil.
Fonte:Redebrasilatual

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