Sharon foi responsabilizado pela morte de centenas de palestinos em um campo de refugiados controlado por Israel |
Brasília - Morreu hoje (11) o ex-primeiro-ministro
israelense Ariel Sharon. A informação foi confirmada pelo gabinete do
primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu. Ele estava em estado
vegetativo desde que sofreu um acidente vascular cerebral (AVC), em
2006, e teve falência múltipla dos órgãos. Os médicos informaram à
imprensa, desde o início de janeiro, que as possibilidades de
recuperação do ex-premier eram mínimas e que seu estado era crítico.
Quando entrou em coma permanente, Sharon exercia o cargo
primeiro-ministro de Israel, que assumiu em março de 2001, sendo
substituído por Ehud Omert. Ele morreu aos 85 anos e a imprensa
israelense já havia divulgado que Sharon sofria de insuficiência renal.
De formação militar, Ariel Sharon comandou as tropas israelenses em
diversos combates, especialmente contra alvos palestinos. Foi ministro
da Defesa na década de 1980, quando comandou a invasão de Beirute,
capital libanesa. Entretanto, foi obrigado a deixar o cargo depois de
ter sido responsabilizado pela morte de centenas de palestinos em um
campo de refugiados controlado por Israel.
Apesar disso, Ariel Sharon voltou a assumir o comando de outros
ministérios em diversos governos até se eleger primeiro-ministro pelo
partido conservador Likud, que ele próprio ajudou a fundar na década de
1970. O ex-primeiro-ministro era forte defensor da colonização dos
territórios em conflito com os palestinos. No entanto, em uma tentativa
de amenizar os conflitos com os palestinos, principalmente com o Ramas e
o Fatah, tomou a polêmica decisão de retirar israelenses da Faixa de
Gaza e abandonar assentamentos judeus na região.
O plano de retirada israelense encabeçado por Sharon foi motivo de
duras críticas internas e provocou rachas no Likud. O
ex-primeiro-ministro era acusado de ter dividido o país. No mesmo ano –
2005 – em que o plano começou a ser executado, o então ministro de
Finanças, Benjamin Netanyahu, apresentou candidatura própria para a
presidência do partido e pediu o adiantamento das eleições primárias que
ocorreriam em 2006. No entanto, Sharon venceu as eleições novamente e
se manteve no cargo.
Ao fim daquele ano ele sofreu o primeiro derrame, mais leve e com
sequelas menos graves. Poucos meses depois, um segundo AVC provocou o
coma permanente que durou quase oito anos. Ariel Sharon ficou viúvo duas
vezes e teve três filhos, um com a primeira esposa, morto quando ainda
era criança, e os outros dois com a segunda.
Fonte:RedeBrasilAtual
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