É possível perceber que já há algo de diferente na atmosfera intelectual. Não é exagero dizer que já respiramos um ar diferente. São vários os sintomas que me levam a encarar desta maneira otimista a nossa realidade. Quando entrevistei o Bruno Garschagen para o centésimo podcast, tive a plena certeza disso. E tive essa certeza pelo simples fato de ser a centésima entrevista. No inicio deste projeto de entrevistas, nós do IMB visualizávamos uma lista de apenas entre quinze a vinte pessoas "entrevistáveis". No entanto, já passamos das cem entrevistas. Como? De onde surgiu essa gente?
Qualquer alteração que se queira nos rumos de uma sociedade deve ser antes precedida pela mudança no rumo das ideias. E é a isso que o Instituto Mises Brasil se propõe. Não somos uma instituição de ensino padronizada; não somos um partido político; não somos um grupo de influência que visa à implementação de "políticas públicas"; não somos um centro de produção cultural ou uma ONG de ativistas. Tudo o que o instituto faz é divulgar ideias, por meio de artigos, livros, podcasts, palestras etc.
Sempre tivemos a convicção de que, de tão poderosas que são as ideias da liberdade, bastaria que elas estivessem disponíveis para que começassem a se espalhar. O Instituto é isso — o veículo que divulga as ideias da liberdade.
Sempre tivemos a convicção de que, de tão poderosas que são as ideias da liberdade, bastaria que elas estivessem disponíveis para que começassem a se espalhar. O Instituto é isso — o veículo que divulga as ideias da liberdade.
Muitos nos cobram mais atividades. Alguns esperam que sejamos mais acadêmicos. Outros pedem que tenhamos posições políticas (ou mesmo candidatos) e que atuemos junto a deputados no congresso. E há aqueles que gostariam que nos envolvêssemos com o empresariado e que tivéssemos uma presença agressiva na mídia.
Mas a mudança, infelizmente, não ocorre de uma maneira tão fácil assim. É a irradiação das ideias que irá influenciar o potencial de cada indivíduo em determinado campo. Quando houver um número significativo de intelectuais conhecedores dos fundamentos das ideias da liberdade, e quando a ideia já estiver disseminada de forma abrangente a ponto de estar em contínuo debate, aí sim a potencialidade dos indivíduos alcançará seu paroxismo em cada campo.
Somente então os empresários entenderão os benefícios e a justiça da liberdade influenciando suas organizações e seus pares, os quais sofrem diariamente com o esbulho estatal. Produtores culturais colocarão a criatividade a serviço das ideias da liberdade. Oradores e aglutinadores de talento surgirão como opção política tendo sua formação influenciada pelas ideias da liberdade. E aí finalmente a mudança na sociedade será sentida e os frutos da liberdade poderão ser vivenciados por todos.
Se, atualmente, vivemos tempos em que os tentáculos estatais avançam com cada vez mais voracidade; se o controle estatal, até de aspectos mais banais da vida, ultrapassam o limite do suportável; e se, no ambiente cultural, educacional e intelectual vivemos sob o império das ideias coletivistas, positivistas, socialistas e comunistas das mais variadas matizes, não devemos desanimar. As ideias da liberdade, quando apresentadas, chegam para ficar.
Quando um humorista escreve no jornal contra um partido que nem nasceu e que teria como base alguns pressupostos liberais, e, em menos de 24 horas nas redes sociais, recebe um tsunami de artigos em resposta, defendendo a liberdade e desmoronando falácias coletivistas, é porque há alguma coisa acontecendo.
Quando recebemos a notícia de que uma universidade federal, depois de muita pressão de alunos e professores, incluiu uma cadeira de Escola Austríaca de Economia na sua grade, é porque há alguma coisa acontecendo.
Quando percebemos que os colunistas da grande imprensa são imediatamente rebatidos quando proferem falácias e sofismas coletivistas, é porque há algo acontecendo.
Quando estudantes de todo o país se reúnem para falar sobre liberdade e criar grupos de estudos liberais em suas universidades, é porque há algo acontecendo.
Quando um grupo de investidores cria um fundo de investimentos com estratégias baseadas na escola austríaca, é porque há algo acontecendo.
Quando empreendedores conscientes se juntam para criar institutos voltados para a formação de líderes conscientes das vantagens do livre mercado, é porque há algo ocorrendo.
O IMB não participou diretamente em nada disso. Apenas publicou seus artigos e livros; apenas deixou as ideias disponíveis. Foram a genialidade e consciência das pessoas que tiveram acesso a essas ideias o que as transformou em ação.
Esse é o papel que o IMB desenvolve. Para isso, sempre contamos com gente abnegada e altruísta, que entende esse papel que muitas vezes parece inócuo, mas que tem gerado tantos frutos.
Por isso o IMB conta com a ajuda daqueles que entendem essa missão. Nossa audiência nunca esteve tão grande. Recebemos comentários e somos comentados onde nunca imaginamos. Vivemos de doações voluntárias, e a carteirinha 2014 é uma forma que você pode colaborar conosco.
Aos recém-chegados, sejam bem vindos! Aos veteranos, nosso muito obrigado! Fonte:Mises
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