Imagem divulgada pelo Comitê Local de Arbeen mostra pacientes recebendo tratamento após um suposto ataque com gás venenoso HOEP / AP |
AMÃ- A oposição síria acusou as forças do presidente Bashar al-Assad
de lançar um ataque com armas químicas em distritos dominados pelos
rebeldes perto de Damasco nesta quarta-feira. Segundo a denúncia, mais
de 200 pessoas foram mortas e 70 ficaram feridas. Vários grupos rebeldes
elevaram o número para mais de 600 mortos. A Liga Árabe ordenou os
inspetores das Nações Unidas, que chegaram há três dias no país para
investigar o uso de agentes químicos, a se dirigirem imediatamente à
área supostamente atacada. Além disso, o Reino Unido anunciou que vai
levar o assunto ao Conselho de Segurança.
Corpos de vítimas de massacre na região de Damasco são vistos nesta quarta-feira (21). Oposição denunciou uso de gás letal na região (Foto: Bassam Khabieh/Reuters) |
Em um pronunciamento na TV estatal, o governo sírio negou o uso de armas
químicas nos ataques contra os subúrbios de Damasco. A emissora citou
uma fonte dizendo que havia “ausência de qualquer verdade” nos relatos e
que a denúncia se destinava a distrair a equipe da ONU em visita ao
país.
Ativistas relataram que foguetes com agentes
químicos atingiram os subúrbios de Ain Tarma, Zamalka e Jobar na região
de Ghouta. A enfermeira Bayan Baker afirmou que 213 pessoas morreram no
ataque, de acordo com dados coletados em centros médicos na região.
Segundo ela, muitas das vítimas eram mulheres e crianças.
- Eles
chegaram com a pupila dilatada, membros frios e espuma na boca. Os
médicos dizem que estes são sintomas típicos de vítimas de gás de nervos
- disse a enfermeira.
Uma foto supostamente feita por ativistas
mostrou os corpos de pelo menos 16 crianças e três adultos, um vestindo
uniforme de combate, deitados no chão de uma sala em um centro médico,
onde foram recolhidos os corpos.
Khaled Omar, do conselho local da
oposição em Ain Tarma, relatou ter visto cerca de 80 corpos no Hospital
Hajjah, em Ain Tarma, e em uma clínica improvisada em uma escola no
distrito vizinho de Saqba.
- O ataque ocorreu em torno de 3h (21h de terça-feira em Brasília). A maioria dos mortos estava em suas casas - disse Omar.
Os
Estados Unidos e os países europeus dizem ter fortes indícios de que o
governo de Assad usou gás sarin no passado, o que Washington chamou de
“linha vermelha” para justificar a ajuda militar internacional aos
rebeldes. Autoridades sírias, no entanto, sempre negaram o uso de
agentes químicos durante o conflito no país, que já entra em seu
terceiro ano, e acusam os rebeldes de usá-las, que também rechaçam a
acusação.
Fonte:Oglobo
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