Doença de neto de Deborah Colker não é contagiosa. Até pequenos traumatismos podem levar a feridas em pele de paciente
Segundo a dermatologista Zilda Najjar Prado de Oliveira,
membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e professora da Faculdade
de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), a doença pode se
apresentar em várias formas.
A forma simples é a
menos grave, em que as bolhas e feridas restringem-se às mãos e aos
pés. A forma juncional, mais grave, afeta também a boca, o esôfago e o
intestino, o que faz com que o paciente tenha dificuldade para engolir
alimentos. Já na forma distrófica, também grave, os dedos do paciente
têm a tendência de aderir uns aos outros.
“O
melhor tratamento é o preventivo: não machucar e evitar traumatismos.
As crianças podem usar luvinhas não aderentes para evitar machucados nas
mãos e curativos não aderentes. Quando há infecção, também têm de tomar
antibióticos”, observa Zilda. Ela acrescenta que, com o passar dos
anos, o paciente aprende a evitar as lesões e os quadros costumam ficar
menos severos.
Especialistas afirmam que os
pacientes sofrem forte preconceito devido à aparência das feridas. “As
crianças sofrem muito, tem dificuldade para lidar com a situação, sofrem
bullying nas escolas, não conseguem andar de ônibus ou frequentar
piscinas públicas. É muito triste”, diz a dermatologista Régia Patriota.
Régia
inaugurou, em março, uma exposição de fotografias de crianças com
doenças de pele. O objetivo da médica foi justamente chamar a atenção
para o preconceito contra pessoas com doenças de pele.
A
dermatologista Valéria Petri sugere que, para evitar constrangimentos
como os enfrentados pela família de Deborah Colker, os pacientes levem
consigo uma declaração médica de que a doença não traz absolutamente
nenhum risco de contágio. “O mesmo problema acontece com pacientes de
psoríase e vitiligo, que também não são doenças contagiosas, mas passam
por situações parecidas."
Fonte: G1
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