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19 de agosto de 2013

Crítica: Walcyr, Libera o Improviso Aí!

Reprodução / Globo
“Doutor César, a secretária Aline está presente em tua sala e lhe aguarda”.
Há algum tempo, Walcyr Carrasco apareceu em mais uma notinha de jornal com algo curioso. Na época, a coluna dizia que o autor deu uma bronca na direção da novela por um pequeno detalhe: ele havia escrito a fala para um mecânico, mas o diretor da cena decidiu que a fala seria dita pelo dono da oficina. Segundo o noticiado, teria sido o bastante para vir um “recadinho” de Walcyr no texto da novela avisando que não era permitido alterações no texto.
Walcyr sempre foi assim. Em “Sete Pecados”, a personagem da Claudia Raia era a vilã, mas a atriz pediu para sair porque foi vítima de um dos castigos do autor. Quando o ator improvisa uma fala ou recita de forma diferente da escrita, ele vira figurante ou sofre na novela. Em uma declaração à coluna Zapping, ele afirmou sem ressalvas: “Improvisou, entra em coma”. E nem precisa improvisar para entrar na lista negra de Walcyr, basta ver o que houve com a Nicole (Marina Ruy Barbosa) de “Amor à Vida”. Por não querer cortar o cabelo, sua sua personagem foi morta de uma maneira ridícula.
Reprodução / Globo
Mas para quê tanto preciosismo com o texto? Por recitarem da forma que está escrito, os personagens perdem a espontaneidade e parecem crianças fazendo teatro na escola. Tirando atores excelentes como Elizabeth Savalla e Antonio Fagundes, todos acabam caindo na armadilha da falta de naturalidade. E isso tudo é problema do texto e de uma direção que está de mãos atadas.
Só como comparação, os dois últimos autores das 21h permitiam improvisos. Roberta Rodrigues inventou quase todos os bordões de sua Maria Vanúbia em “Salve Jorge”, e a diretora Amora Mautner deu liberdade total ao elenco de “Avenida Brasil”. Resultado? Aqueles personagens pareciam vivos.
Talvez se fosse menos possessivo com o próprio texto, “Amor à Vida” não seria tão cafona e não espontânea como é, não acha?
Fonte:Pop

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