Intenção do colegiado é resgatar importância dos meios de comunicação alternativos na resistência à ditadura
Folhapress
São Paulo – A Comissão Estadual da Verdade
Rubens Paiva realiza esta semana uma série de audiências públicas para
debater a atuação da imprensa de resistência à ditadura (1964-1985).
Editores e idealizadores de jornais como Movimento (1975-1981), Opinião (1972-1975), e Em Tempo
(1977-1980) irão participar dos encontros, que vão até sexta-feira
(02), sempre a partir das 14h, na Assembleia Legislativa de São Paulo.
Segundo a assessora da Comissão Rubens
Paiva, Maria Amélia Teles, a Amelinha, é importante que se resgate e se
registre a importância da participação democrática que os meios de
comunicação menores tiveram na luta e na resistência contra a ditadura.
“Essa imprensa sobreviveu com grandes dificuldades, tentou furar a
censura e fazer denuncias de violações, de assassinatos e de repressões
políticas. Essa imprensa foi bastante grande, com cerca de 150 jornais
pequenos, chamados de imprensa nanica, às vezes irregulares na sua
frequência, edição, mas fundamentais para não só esclarecer opinião
pública, mas como polo de aglutinação de várias forças políticas que
viviam reprimidas”, disse à Rádio Brasil Atual.
Segundo ela, o trabalho destes
jornalistas que trabalhavam na resistência à ditadura deixa um legado
importante para o jornalismo praticado nos dias de hoje. “Esse grupo de
jornalistas deixa como exemplo um trabalho militante, já que esta
imprensa não contava quase com publicidade, ela não priorizava esses
jornais, e eles viviam em situações econômicas péssimas, eles faziam o
trabalho como compromisso político, não havia salário razoável, e
precisava de várias articulações para garantir edição, impressão na
gráfica.”
Além de um panorama geral sobre
publicações de resistência, a Comissão da verdade abrirá espaço para
debates sobre publicações feministas e direcionadas ao público LGBT. “É
uma forma importante para a gente registrar como que se fazia imprensa
democrática naquela época, que também era forma de luta contra a
ditadura.”
Fonte:redebrasilatual
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