Páginas

2 de outubro de 2013

Comissão da Verdade de São Paulo tem semana de debate sobre imprensa de resistência.

Intenção do colegiado é resgatar importância dos meios de comunicação alternativos na resistência à ditadura
Folhapress

Banca de jornal atacada em 1980 no Itaim Bibi, em São Paulo, por vender publicações alternativas
São Paulo – A Comissão Estadual da Verdade Rubens Paiva realiza esta semana uma série de audiências públicas para debater a atuação da imprensa de resistência à ditadura (1964-1985). Editores e idealizadores de jornais como Movimento (1975-1981), Opinião (1972-1975), e Em Tempo (1977-1980) irão participar dos encontros, que vão até sexta-feira (02), sempre a partir das 14h, na Assembleia Legislativa de São Paulo.
Segundo a assessora da Comissão Rubens Paiva, Maria Amélia Teles, a Amelinha, é importante que se resgate e se registre a importância da participação democrática que os meios de comunicação menores tiveram na luta e na resistência contra a ditadura. “Essa imprensa sobreviveu com grandes dificuldades, tentou furar a censura e fazer denuncias de violações, de assassinatos e de repressões políticas. Essa imprensa foi bastante grande, com cerca de 150 jornais pequenos, chamados de imprensa nanica, às vezes irregulares na sua frequência, edição, mas fundamentais para não só esclarecer opinião pública, mas como polo de aglutinação de várias forças políticas que viviam reprimidas”, disse à Rádio Brasil Atual.
Segundo ela, o trabalho destes jornalistas que trabalhavam na resistência à ditadura deixa um legado importante para o jornalismo praticado nos dias de hoje. “Esse grupo de jornalistas deixa como exemplo um trabalho militante, já que esta imprensa não contava quase com publicidade, ela não priorizava esses jornais, e eles viviam em situações econômicas péssimas, eles faziam o trabalho como compromisso político, não havia salário razoável, e precisava de várias articulações para garantir edição, impressão na gráfica.”
Além de um panorama geral sobre publicações de resistência, a Comissão da verdade abrirá espaço para debates sobre publicações feministas e direcionadas ao público LGBT. “É uma forma importante para a gente registrar como que se fazia imprensa democrática naquela época, que também era forma de luta contra a ditadura.”
Fonte:redebrasilatual

Nenhum comentário:

Postar um comentário