Local em Itália vai manter-se secreto para evitar romarias de nostálgicos do III Reich.
O criminoso de guerra nazi Erich Priebke,
cujo funeral suscitou enorme polémica ao ponto de ter que ser suspenso,
foi finalmente enterrado em segredo no cemitério de uma prisão italiana,
escreve esta quinta-feira o jornal La Repubblica.
Priebke morreu no dia 11 de Outubro |
“A campa onde Priebke foi
sepultado está assinalada com uma cruz de madeira no cemitério da
prisão”, escreve Ezio Mauro, director do jornal italiano num longo
artigo. O La Repubblica não dá mais detalhes sobre o local onde
se situa a prisão italiana para evitar que o túmulo de Priebke se
transforme num destino de peregrinação para os nostálgicos do III Reich.
Ali,
naquele local secreto, “o cadáver de Priebke não é mais do que um
simples cadáver, e não um símbolo nazi”, acrescenta o texto de Mauro. A
cruz de madeira apenas tem inscrito um número, não tem nome nem datas.
Priebke,
que morreu no dia 11 de Outubro em Roma aos 100 anos, fora condenado em
1998, a prisão perpétua, pelo seu papel no massacre das catacumbas
Ardeatinas (1944), perto de Roma, quando 335 civis italianos foram
assassinados numa retaliação pela morte, na véspera, de 33 soldados
alemães por combatentes da resistência italiana. Cumpria a pena em
prisão domiciliária na capital italiana
O seu funeral criou uma enorme polémica,
e nenhuma comuna, nem em Itália, nem na Alemanha – o seu país de
nascimento – nem na Argentina, onde viveu mais de 40 anos depois do fim
da segunda guerra mundial, aceitou receber os seus restos mortais.
Uma
cerimónia religiosa organizada num seminário da Freternidade integrista
de São Pio X em Albano Laziale, perto de Roma, foi marcada por
incidentes envolvendo manifestantes e acabou por ser suspensa.
Desde
então, o caixão do antigo oficial nazi foi guardado num aeroporto
militar perto de Roma, de onde saiu às 03h45 da manhã de um domingo no
fim de Outubro, numa carrinha cinzenta, em direcção ao seu destino
final, escreve o La Repubblica.
“Escoltado na
auto-estrada por motorizadas”, o caixão mudou várias vezes de veículo
antes de ser conduzido “para uma zona montanhosa”, conta jornal.
Fonte:publico
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