Em defesa da família, Deus e propriedade |
Se o último filme termina com um close nos olhos de Bella Swan,
novamente interpretada por Kristen Stewart, “A Saga Crepúsculo:
Amanhecer - Parte 2” começa com a câmera subjetiva mostrando o ponto de
vista da mais nova vampira. Seus novos sentidos, hipersensíveis, depois
de perscrutar todo o ambiente, acabam chegando a Edward, papel de Robert
Pattinson, que é uma forma de nos lembrar que o amor dos dois é a coisa
mais importante nesse filme.
Depois de dar uma surra em Jacob, papel de Taylor Lautner (como assim ele se atreve a se apaixonar por sua filha recém-nascida e ainda por cima dar um apelido muito melhor do que o nome dela, o pavoroso Renesmee?), Bella começa a se acostumar com sua vida nova. Incluindo aí uma cena de sexo em que você quase tem a impressão que eles sentiram prazer. Mas tudo pode desmoronar quando a existência da pequena Renesmee (que aparece estranhíssima, recriada em computação gráfica quando bebê) chega ao conhecimento dos Volturi.
Depois de dar uma surra em Jacob, papel de Taylor Lautner (como assim ele se atreve a se apaixonar por sua filha recém-nascida e ainda por cima dar um apelido muito melhor do que o nome dela, o pavoroso Renesmee?), Bella começa a se acostumar com sua vida nova. Incluindo aí uma cena de sexo em que você quase tem a impressão que eles sentiram prazer. Mas tudo pode desmoronar quando a existência da pequena Renesmee (que aparece estranhíssima, recriada em computação gráfica quando bebê) chega ao conhecimento dos Volturi.
Jacob, sério, não olhe assim para a criança |
Isso porque Renesmee é confundida com o que eles chamam de
Criança Imortal, que é uma criança transformada em vampiro. Como elas
não têm maturidade intelectual, acabavam devastando cidades inteiras se
sentissem sede comprometendo o segredo dos vampiros. Por isso,
transformar uma criança acabou se tornando um pecado mortal. Para se
preparar para a chegada dos Volturi, os Cullen acabam reunindo vampiros
de todo o mundo para, em um primeiro momento, testemunhar a favor de
Renesmee (que ela envelheceria) e, depois, lutar contra os Volturi.
Incluindo aí duas vampiras índias brasileiras que vão arrancar algumas
gargalhadas nas sessões do filme Brasil afora.
Não se preocupe, nem Michael Sheen faz o filme ficar interessante |
Mas ruins mesmo são as primeiras cenas, com Bella correndo pela
floresta e caçando. Fica difícil saber onde foi gasto o orçamento do
filme (que não deve ter ido para renegociação de contrato dos atores, já
que todos tinham que repetir seus papéis sob pena de multa). Para se
ter uma ideia, os efeitos parecem os do primeiro "Superman - O Filme". O
que não teria qualquer problema, se não fosse uma produção de 1978. O
que é até engraçado, porque no treinamento para a batalha dos outros
vampiros e na batalha em si os efeitos dão uma melhorada significativa
(ou seria o nosso olhar que estaria acostumado com a tosqueira?).
Vamos falar de batalhas do passado, mas não muito, porque o negócio é amor |
O resto do filme é pura enrolação, e mesmo a fã mais enlouquecida
pode concordar, se parar para pensar um pouco. Um exemplo é o
desaparecimento de Alice, papel de Ashley Greene, logo depois de ela
mesma ter uma premonição anunciando a chegada dos Volturi, para voltar
em um momento oportuno e (quase) inesperado. Se você parar para pensar
bem, vai notar que seu desaparecimento não fez a menor diferença para o
desenvolvimento da trama, além de fazer com que Bella gastasse alguns
bons minutos de cena tentando decifrar a mensagem de Alice. Ou toda a
apreensão de Bella em relação a ter 18 vampiros em Forks, nem todos tão
vegetarianos quanto os Cullen, que nunca chega a dar em nada.
O tom geral deste filme acaba refletindo o espírito de toda a
cinessérie. Não há, a rigor, nenhum evento marcante e mesmo o confronto
acaba sem grandes impactos na vida de todos. Ao final da resolução,
todos os vampiros aliados do clã Cullen começam a se beijar, qual final
de novela brasileira. E essa falta de culhões em mostrar emoção
verdadeira, tanto a emoção do amor jovem e suas consequências, quanto a
emoção da tragédia e da perda, é que poderão acabar por jogar
"Crepúsculo" no limbo do esquecimento.
Sério Jacob, sente-se em outro lugar |
Sim, meio mundo vai ver o filme agora e pelos próximos anos,
mas sua sobrevida no imaginário pop parece estar muito mais ligado à
suas releituras, como "50 Tons de Cinza", que a seu próprio mérito ou
impacto cultural.
Nenhum comentário:
Postar um comentário