Um ano atrás, quando Anatel (Agência Nacional de
Telecomunicações) informou que passaria a acompanhar a qualidade
oferecida pelas operadoras, ela avisou que o rigor da aferição
aumentaria periodicamente. Na época a velocidade mínima que as
operadoras precisam entregar era 20% do contratado e a média, 60% - hoje
os valores subiram para 30% e 70% respectivamente (saiba mais).
Embora as operadoras aleguem que precisam desses
percentuais por não controlarem a oscilação da rede, as margens existem
por causa do modelo de negócios vigente no Brasil. As empresas operam em
esquema parecido com o overbooking das companhias aéreas, que vendem
mais assentos nos voos do que suas aeronaves comportam.
As operadoras aceitam mais contratos do que podem atender,
imaginando que não haverá um momento em que todos os clientes usarão o
serviço ao mesmo tempo. Por isso todos estão na média, se alguém quiser
usar 100% da rede, provavelmente terá de derrubar o sinal do vizinho.
"As redes telefônicas também são projetadas assim", explica
o professor Antonio Marcos Alberti, doutor em internet e criador do
projeto NovaGenesis. "Se todo mundo usar ao mesmo tempo haverá
problemas."
Uma solução para melhorar a internet brasileira seria fazer
investimentos em infraestrutura e alterar todo o plano de negócios. A
rede, diz o especialista, poderia ser projetada para oferecer um serviço
mais confiável. "É preciso equalizar o modelo de negócios com a
qualidade do produto."
Todo internauta precisa ficar de olho para não ser tapeado quanto às margens impostas pela Anatel. Aqui no Olhar Digital nós temos uma ferramenta confiável que pode ser usada para aferir a qualidade da rede; para acessá-la, clique aqui.
Qualquer
um está apto a fazer um acompanhamento para descobrir se sua operadora
entrega o que a agência determina. Neste caso o Idec (Instituto
Brasileiro de Defesa do Consumidor) recomenda que o consumidor procure a
ferramenta da própria Anatel (disponível aqui) e faça relatórios sobre os resultados. Se houver problemas, basta procurar a empresa, o Procon e, por fim, a Anatel.
Fonte:OlharDigital
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