Quando
pensamos em animais peçonhentos, geralmente pensamos em cobras,
aranhas, ou até mesmo sapos venenosos. Mas quem diria que um belo
pássaro preto e laranja fosse venenoso?
Se você perguntar aos habitantes de Papua Nova Guiné, eles rapidamente te diriam para ficar longe dos "Pihohui Encapuzado".
Em
1989, John Dumbacher, presidente e assistente curador do Departamento
de Ornitologia e Mamalogia da Academia de Ciências da Califórnia, viajou
para Papua Nova Guiné para realizar uma pesquisa sobre o pássaro
Raggiana do paraíso. Eles estavam usando redes para capturar os
pássaros, porém também capturaram pássaros de outras espécies.
Dumbacher descreveu a primeira vez que teve contato com um dos pitohui encapuzado dizendo:
"Eu
estava em Papua Nova Guiné, com uma equipe para estudar o Raggiana do
paraíso. Tivemos muitas redes espalhadas pela floresta, mas pegamos
muitas oturas aves também. Um dia vários pitohuis encapuzados estavam em
uma rede.
Estas
são aves de grande porte que podem cortar as mãos, e enquanto eu
tentava libertá-los, eles morderam e arranharam as minhas mãos. Ao levar
os dedos na boca para limpar o corte, comecei a sentir os lábios e a
língua começar a formigar e queimar. Depois que isso aconteceu com um de
nossos voluntários, nós nos perguntamos se o pássaro poderia ser a
fonte desta queimação. Na próxima vez que capturamos outro pitohui, nós
lambemos sua pena, e havia a mesma sensação de queimação e formigamento
de antes. Quando perguntamos aos guias locais, todos eles sabiam sobre a
ave"
Após
uma investigação mais aprofundada, eles descobriram que esses pássaros
contêm uma toxina conhecida como batracotoxina. A mesma toxina
encontrada em sapos venenosos. Ela está geralmente por todo tecido do
pássaro, e pode causar paralisia muscular e até mesmo morte.
Como
eles estudaram a quantidade de toxina no pitohui encapuzado, eles
descobriram que o grau de toxicidade varia de ave para ave. Estudos
adicionais revelaram que as aves desenvolveram seus corpos toxios
alimentando-se de besouros melyrid, que contêm a batracotoxina. Mas o
que os cientistas ainda precisam descobrir é como os pássaros não são
afetados pela toxina, especialmente porque algumas aves contêm uma dose
muito forte em seus tecidos.
Dumbacher
e outros ainda precisam fornecer uma explicação evolutiva para a forma
de como o pitohui encapuzado desenvolve a capacidade de comer os
besouros tóxicos sem envenenar a si próprio. Ele explica:
"Estas
toxinas envenenaria a maioria das outras aves, então primeiro você
teria que evoluir alguma resistência à toxina. Além disso, a maioria das
aves tem outras defesas, como por exemplo voar para poder fugir de seus
predadores. Se você fosse, por exemplo, um sapo indefeso, pode haver
mais pressão para chegar a defesas alternativas."
Se
você acredita na evolução, você tem que se perguntar quantas dessas
aves morreram comendo os besouros tóxicos antes de, eventualmente,
evoluir uma imunidade a ele.
De
uma coisa é certa, o pitohui não existe no Brasil, então não precisamos
nos preocupar tanto com sua toxina. Porém, temos um candidato muito
odiado, a pomba! Principalmente odiado pelas pessoas que eventualmente
deixam o seu carro ao ar livre. Como diria Mamonas Assassinas "Já tem
pomba com mira a laser, o tiro sai sempre fatal".
Fonte:FatosDesconhecidos
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