Crianças, se conseguissem,
comeriam uma bomboniere inteira. Adultos comeriam todos os tipos de
carne em uma churrascaria. Afinal, porque o paladar muda tanto com o
passar o tempo?
A percepção dos alimentos muda bastante durante a vida. Crianças têm
preferência natural por doce. Funciona como uma espécie de herança do
primeiro alimento, o leite materno. Verduras? Difícil.
O arrepio que você sentia frente a uma suculenta couve-flor tem nome: neofobia alimentar, ou seja, medo de experimentar um sabor novo. É uma proteção natural do organismo contra possíveis alimentos danosos.
Esta repulsa é mais comum em crianças mas é possível que, com o tempo
as crianças aceitem o alimento novo (e é o que geralmente acontece).
Outro fenômeno ligado ao paladar acontece na velhice quando a
percepção geral do gosto decai. A culpa é da diminuição do número de
células sensíveis das papilas gustativas. Por isso, alguns idosos perdem o interesse pela comida. Ou carregam na pimenta para sentir mais gosto.
Para o amargo, sabor de muitas hortaliças, há reação oposta à do
doce. O recém-nascido faz uma protrusão da língua – ou seja, uma careta.
Estudos mostram que a criança sente o amargo com mais intensidade. Mas,
com o tempo, a coragem de experimentar e o hábito transformam a careta
em sorriso.
Boas experiências mudam a maneira como percebemos os alimentos. Por
exemplo: a cerveja e o café, bebidas amargas mas que são associadas à
confraternização, viram mel na boca de muitos adultos.
Por outro lado, experiências ruins – como um porre inesquecível de licor – criam aversões difíceis de reverter.
No entanto, medicamentos e tratamentos podem mudar a
sensibilidade aos gostos. Uma pesquisa da USP explicou a relação
inusitada entre alguns pacientes com câncer e seu deleite por
salgadinhos. A radioterapia dificulta reações químicas nas papilas
relativas ao gosto salgado. Ou seja, os pacientes não se satisfazem e comem mais salgados para sentir o gosto.
Fonte: Super Interessante
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