Arqueólogos descobriram um recinto sagrado da antiga cidade asteca de
Tenochtitlan, hoje a moderna capital mexicana Cidade do México, que contém
restos mortais de 500 anos de idade em torno de uma pedra sacrificial, uma
espécie de “plataforma de sacrifícios” conhecida como cuauhxicalco.
50 crânios decapitados e 250 ossos de mandíbula foram escavados como evidência
dos rituais brutais praticados pelos astecas. 45 dos crânios foram descobertos
acima da pedra, e cinco que estavam mais fragmentados foram encontrados abaixo
da pedra com buracos em ambos os lados, o que sugere que uma vez foram
pendurados para exibição.
A Cidade do México já foi a capital da civilização asteca, que dominou grande
parte da Mesoamérica nos séculos 14 e 16, até que foram atacados e derrotados
pelos conquistadores espanhóis liderados por Hernán Cortés em 1521, que foram
ajudados por um número de aliados indígenas, talvez incomodados com os
constantes sacrifícios humanos em Tenochtitlan.
A cultura asteca é conhecida atualmente principalmente por evidências
arqueológicas encontradas em escavações, tais como Templo Mayor da Cidade do
México, além de registros escritos e relatos de testemunhas oculares dos
invasores espanhóis.
Segundo o arqueólogo Raul Rodriguez Barrera, do Instituto mexicano de
Antropologia e História, a maioria dos crânios são de homens e mulheres que
tinham entre 20 e 35 anos de idade quando morreram. Eles podem ter sido
retirados de outros locais de sepultamento e reenterrados lá. Barrera acredita
que foram enterrados em algum momento entre 1440 e 1469.
Já os cinco crânios com buracos devem ter sido enterrado antes, entre 1375 e
1427. Os arqueólogos consideram-lhes uma oferta à pedra sacrificial que havia
embaixo.
Os sacrifícios
No ritual asteca
usual, as vítimas sacrificiais eram levadas para o topo do templo, onde quatro
sacerdotes as deitavam sobre uma laje de pedra. O abdômen da vítima era cortado
por um quinto “padre”, usando uma faca cerimonial capaz de atravessar o
diafragma e abrir o peito do sacrificado. O padre então arranca o coração da
vítima, ainda batendo.
Em seguida, esse coração era colocado em uma bacia e oferecido a uma estátua ao
deus honrado. O corpo que restava era jogado para baixo do templo.
Durante a reconsagração da Grande Pirâmide de Tenochtitlan em 1487, os astecas
informaram que sacrificaram cerca de 80.400 prisioneiros ao longo de quatro
dias. Os historiadores acreditam que esse número possa ter sido exagerado.
A descoberta recente sugere que as vítimas encontradas morreram na forma mais
usual de sacrifício asteca: nas mãos de sacerdotes que cortaram seu abdômen da
barriga para a garganta e puxaram seu coração para fora.
Os arqueólogos acreditam que seus crânios foram provavelmente usados em rituais
associados à Mictlantecuhtli, o deus asteca da morte.
Os furos em alguns deles foram provavelmente feitos para que fossem pendurados e
exibidos perto de templos e outros locais importantes onde sacrifícios ocorriam.
Outros crânios tinham sido modificados de uma forma que sugeria que seriam
transformados em máscaras, trabalho que não foi concluído.
Esses tipos de máscaras, comuns entre os astecas, eram representações do deus da
morte Mictlantecuhtli. Versões concluídas eram adornadas com pedra verde para
simular os olhos e acompanhadas com colares, chocalhos e facas de obsidiana.
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