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19 de outubro de 2012

Presidente do CFM alerta para crise nos planos de saúde.

Segundo Roberto D'Avila os médicos estão cada vez mais se descredenciando das operadoras
O presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Roberto Luiz d'Avila, afirmou nesta quinta-feira (18), que o país está prestes a viver uma crise no sistema de saúde suplementar. 'Os médicos estão se descredenciando das operadoras [de plano de saúde]. Daqui a pouco vai ter mais gente comprando plano de saúde e menos médicos querendo trabalhar com operadoras porque não nos respeitam. É um jogo burro', disse o presidente. D'Avila diz que os médicos não querem mais trabalhar por cerca de R$ 40 por consulta, o que relata que pagam os planos de saúde e que, além disso, as 'interferências antiéticas' feitas pelos planos de saúde na relação médico-paciente estão 'insustentáveis'. Entre as interferências antiética, d'Avila citou que 'existem médicos que estão com limitação de pedir exames; muitas vezes você tem que seguir regras, tipo protocolos e diretrizes, que eles [as operadoras de plano de saúde] estabelecem e existe limitação de autonomia profissional'. Os embates existentes entre médicos e planos de saúde foram motivo de atos públicos feitos pelos médicos contra o que eles chamam de  'abusos praticados pelas empresas da saúde suplementar'. De acordo com o CFM, os médicos de 21 estados confirmaram este mês a suspensão dos atendimentos de consultas, exames e outros procedimentos eletivos por planos de saúde como forma de protesto. 'Eu vejo a possibilidade de um caos muito breve na saúde suplementar. Elas [operadoras de planos de saúde] se recusam sequer a conversar conosco. Agora são 15 dias de paralisação de atendimento. Já houve várias paralisações de um dia', disse d'Avila. Três entidades médicas nacionais aproveitaram a data para destacar os principais problemas da saúde brasileira por meio de uma carta enviada ao Ministério da Saúde. A Associação Médica Brasileira (AMB), o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Federação Nacional dos Médicos (Fenam) dizem na carta que a crise na saúde pública já está instalada. Falta de investimento e 'ação limitada' da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) no controle da ação dos planos de saúde são problemas que a categoria cita na carta elaborada pelas entidades médicas. 'Há uma inércia do poder politico. Faltam políticas publicas de saúde', diz o presidente da CFM. Para que haja uma mudança de quadro, as três entidades sugerem que haja uma aplicação de 10% da renda bruta nacional na saúde e a adoção de parâmetros nacionais de cargos, carreiras e vencimentos para os médicos e outros profissionais da saúde. 'Falta uma carreira de Estado para toda área de saúde', diz o presidente do CFM, sugerindo como solução para a valorização da profissão a criação de uma carreira de Estado, com dedicação exclusiva, assim como ocorre com a magistratura e com os membros do Ministério Público. Ele acredita que isso também resolveria o problema da falta de médicos em locais de difícil provimento. 'Dinheiro há. Mas [o governo] tem que corrigir os desvios da gestão fraudulenta', diz d'Avila. 
Fonte: Agência Brasil

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