Ocupação já dura uma semana no local, após uma semana de ocupação no canteiro de obras da Usina
Hidrelétrica de Belo Monte, em Altamira, a Justiça Federal marcou, para
esta terça-feira (15), uma audiência de conciliação entre ocupantes e
representantes da Norte Energia, responsável pelo empreendimento.
O juiz federal Marcelo Honorato determinou ainda que a reunião deva
ocorrer nas proximidades do canteiro de obras da ensecadeira (pequena
barragem provisória), localizada no Sítio Pimental. O local foi
escolhido porque facilita a participação de todos os grupos os grupos
envolvidos (representantes de índios e ribeirinhos de várias
comunidades).
Segundo o juiz, até o final da audiência de conciliação, a Norte Energia
deverá manter o fornecimento de água para todos os índios e
ribeirinhos, possibilitando o ingresso das partes em maior serenidade e
salubridade.
Abertura - Para o MPF, na semana passada os manifestantes demonstraram a
intenção de aceitar as negociações quando receberam a intimação
judicial que determinava o estabelecimento de um diálogo entre a empresa
e os ocupantes do canteiro. Os manifestantes querem que a empresa
cumpra as medidas obrigatórias para redução dos impactos socioambientais
da obra. O MPF também cobra isso na Justiça.
Em carta, os indígenas se comprometeram a sair do canteiro e aguardar a
audiência no alojamento, o que liberaria a continuidade das obras. Mas a
Norte Energia insistiu na reintegração de posse e não aceitou a solução
negociada, informaram à Justiça os procuradores da República Thais
Santi, Meliza Barbosa e Daniel Azeredo Avelino.
Na decisão divulgada nesta segunda-feira, a Justiça definiu que deverão
participar da audiência de conciliação um procurador federal
representante da Fundação Nacional do Índio (Funai), que presidirá o
ato, e um funcionário da Funai especialista em assuntos indígenas, além
de um servidor do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis (Ibama), dois representantes da Norte Energia, um
com poderes administrativos e financeiros, e outro funcionário da
empresa ligado à gerência de assuntos indígenas.
As comunidades indígenas e ribeirinhas serão representadas por suas
lideranças, limitando-se essa participação a um representante por grupo
social. Os grupos que estejam sem assistência judiciária deverão ser
defendidos pela Defensoria Pública do Estado.
Com informações do MPF-Pará
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