O primeiro A Centopéia Humana foi um dos primeiro filmes comentados.
nesse blog. Quase dois anos depois e mais de 400 filmes assistidos, só o A Serbian Film
conseguiu novamente me deixar tão chocado com suas cenas de estupro,
violência e pedofilia. É normal, quando comentamos que assistimos esse
tipo de material, que algumas pessoas perguntem o motivo de o fazermos.
Já comentei em outros textos mas nunca é demais relembrar: acima de
qualquer coisa, eu gosto de cinema. Não deixo de assistir um lançamento
por julgar que ele será ruim nem deixo de ver um filme por saber que ele
contêm cenas polêmicas e chocantes. Não tenho absolutamente nenhum
prazer vendo um recém nascido sendo estuprado nem me sinto inspirado
quando vejo três seres humanos unidos por seus sistemas digestivos
defecando na boca um do outro, mas gosto de acompanhar o que está sendo
produzido na indústria cinematográfica e, principalmente, gosto quando
esses filmes mexem comigo de alguma forma. Nojo, repulsa, raiva,
tristeza ou alegria, qualquer coisa é melhor do que a indiferença frente
a tantos títulos convencionais que todos os anos inundam as salas de
cinema.
… 10! Martin não consegue concluir seu
projeto tal como desejado, mas mesmo assim o personagem e o diretor Tom
Six superam e muito tudo que é visto em A Centopéia Humana.
Dr. Heiter, com seu jeitão assustador de cientista maluco clássico,
parece um pai bondoso perto daquilo que Martin representa tanto fisica
quando psicologicamente. Com seus olhos esbugalhados, óculos
fundo-de-garrafa e uma barriga que bate lá no joelho, o personagem
inspira medo e repulsa desde o primeiro momento em que aparece na tela e
torna-se um vilão implacável quando começa a coletar corpos para sua
centopéia, matando alguns e apenas desmaiando outros com uma arma que
lhe confere um aspecto rústico e brutal, um pé de cabra que ele usa para
esmagar cabeças durante todo o longa. Diferente do que aconteceu no
primeiro filme, aqui a centopéia é apenas mais um dos elementos
potencialmente chocantes da história, já que cenas como a do acerto de
contas de Martin com a mãe ou a do bebê no carro (argh!) são tão ou mais
pesadas do que assistir os humanos lá grudados.
Mas não pensem com isso que a centopéia
decepciona. Se já era nojento ver 3 pessoas defecando uma na boca da
outra e agoniante ver os tendões delas serem cortados para que elas não
pudessem levantar, imagine isso acontecendo com 10 pessoas com o
acréscimo de injeções de laxante. Martin, que diverte-se ta qual uma
criança vendo seu “brinquedinho” funcionando, ainda dá vazão a sua mente
doentia estuprando uma das mulheres da centopéia com arame farpado.
Como se isso tudo não fosse suficiente, em uma rápida ensurreição das
vítimas do personagem, Martin tem uma experiência extremamente dolorosa
envolvendo um funil e uma centopéia de verdade. Entendedores entenderão.
A Centopéia Humana II,
em todos os sentidos, é mais violento, doentio, sádico, grosseiro e
nojento do que seu antecessor. Não sou lá muito “fresco” para assistir
cenas gore, mas em alguns momentos do filme eu tive que virar o rosto,
principalmente nas poucas cenas onde, além do preto e branco da
fotografia, acrescentam uma terceira cor na tela. A cor é o marrom. Não
posso dizer exatamente que eu gostei do que vi, mas no sentido de
conseguir chocar o espectador e, de certo modo, sensibilizá-lo contra as
terríveis consequências de abusos sexuais infantis, esse filme é
extremamente competente. Clicando aqui,
vemos que a sequência, que o título anuncia como o final da série, já
está na pós-produção. Tenho calafrios só de imaginar o que pode ser mais
nojento e violento do que é visto aqui.
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