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1 de novembro de 2012

Em "Frankenweenie" Tim Burton faz grande homenagem aos clássicos de horror.

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Quem nunca quis ressuscitar seu cãozinho?

Tim Burton nunca foi de esconder suas referências. Há até quem acuse o diretor, sempre tão obcecado com o expressionismo alemão, de tentar, a cada filme, repetir “O Gabinete do Doutor Caligari”. Não sem um pouco de razão, inclusive. Mas “Frankenweenie” abraça um outro aspecto da formação estético-cinematográfica do diretor, que ele mesmo explora pouco: os filmes de horror clássicos dos anos 60 e 70. São longas que variam entre arte cinematográfica e o trash (este último devidamente reverenciado por Burton em “Ed Wood”).
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Victor se assemelha muito ao design de Vincent no curta homônimo

“Frankenweenie”, na verdade, começou como um curta, com atores reais, que Burton dirigiu bem no começo de sua carreira, com algumas pitadas de “Vincent” outro curta, também em stop-motion, do começo da carreira de Burton. Este fazendo uma bela homenagem a Vincent Prize, grande ator do cinema de horror (os dois curtas você pode assistir aqui). Antes mesmo do primeiro “Batman” e “Os Fantasmas se Divertem”. O curta original era mais centrado na relação de amizade do garotinho, Victor Frankenstein, e seu cachorrinho Sparky. O pobre cão é atropelado em um infeliz acidente. Mas a literatura e o cinema mostram que a morte jamais separou alguém com sobrenome Frankenstein de um ente querido.
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Na imagem: Ciência

Assim é a história central deste longa, mas Burton se permite passear melhor pelos colegas de escola de Victor, além da população da pequena cidade de New Holland. Começando pelo colega de classe, corcunda, chamado Edgar (evitando o clichê do "Igor" e, ao mesmo tempo, homenageando o escritor Edgar Allan Poe), que é o primeiro a descobrir que Victor é capaz de ressuscitar os mortos. E é claro que ele não consegue ficar calado, afinal há uma feira de ciências a ser vencida.
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A poodle de Frankenstein

Nas tentativas de seus colegas de repetir o experimento de Victor é que acaba acontecendo a maior parte das ótimas homenagens aos clássicos do terror. Vemos versões da Múmia, do Monstro do Pântano (em dobradinha com Gremlins), Homem (Peixe) Invisível, Lobisomem Drácula e até mesmo um inesperado, e bem-vindo, Godzilla. Há algumas referências mais delicadas, como os pais de Victor assistirem “Drácula”, estrelado por Christopher Lee, a poodle de Elsa que tem o mesmo penteado de “A Noiva de Frankenstein”, ou mesmo a tartaruguinha que se chama Shelley, ao mesmo tempo uma trocadilho para concha, “shell”, em inglês, e referência a Mary Shelley.
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"Está vivo! Está vivo!"

“Frankenweenie”, desde o curta original, bebe muito mais da fonte dos filmes de “Frankenstein” com Boris Karloff do que no romance original de Mary Shelley. Os filmes criam uma trama sobre a intolerância humana frente ao grotesco, ou mesmo àquilo que é considerado "diferente", tema caro a Burton. O romance, para fins de comparação, é uma profunda investigação sobre a natureza humana, especialmente sobre os limites morais e éticos da curiosidade científica.

A estética preto e branco, surpreendentemente, vai bem com o 3D, especiamente se potencializado com o IMAX, valendo a conferida nas cidades em que se dispõe de salas com a tecnologia. Não chega a ser o maior espetáculo visual de todos os tempos, mas torna mais bacana a experiência de ver um monstro gigante, especialmente do ponto de vista de uma criança, ou de um cachorro.
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Na verdade, Tim Burton teve um amiguinho com essa cara na escola

Os vários tons de cinza (sem trocadilho aqui) também colaboram melhor com o design de produção de Burton. Particularmente com os traços dos personagens, estes sim, inegavelmente expressionistas. As crianças, colegas de Victor, são tão estranhas e completamente diferentes umas das outras que coloridas, talvez, acabassem parecendo bizzarras demais.

De qualquer jeito, “Frankenweenie” é um bem-vindo retorno de Burton às suas origens, escapando um pouco de produções anabolizadas como “Alice no País das Maravilhas”, que acrescentam pouca coisa ao diretor que alguns milhões de dólares na conta.

Confira o trailer:
Fonte:Pop.

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